Uma fabricante de sorvetes, uma mercearia especializada em queijo e uma locadora de veículos estão entre as vencedoras do leilão para importação de arroz promovido pelo governo federal.
O certame foi realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento.
O pregão, com valor total R$ 1,3 bilhão, garantiu a compra de 263,3 mil toneladas do grão, com a média do quilo ficando em R$ 4,99.
A Conab afirma que não conhece as empresas participantes durante o leilão e que seus nomes só aparecem depois da operação ser concluída.
Das quatro empresas vencedoras do leilão, apenas uma é do ramo.
A maior fatia, foi arrematada por uma mercearia de Macapá, no Amapá.
Com nome fantasia “Queijo Minas”, a Wisley A. de Sousa Ltda poderá vender 147,3 mil toneladas de arroz para a Conab, ao preço de R$ 736,2 milhões. A empresa afirmou, por meio de advogados, ter condições de cumprir o edital.
Dois lotes do leilão foram arrematados pela Icefruit, empresa que tem sede em Tatuí, São Paulo.
Ela é uma empresa média, segundo o cadastro da Receita Federal, e sua atividade é a produção de conservas de frutas, alimentos e sorvetes.
Também é registrada para comercializar alimentos. O terceiro maior lote do leilão ficou com uma locadora de veículos, a ASR Locação de Veículos e Máquinas.
A Conab alega que as vendas foram feitas através das bolsas de alimentos, a Bolsa de Mercadorias do Mato Grosso e a Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina.
Elas cadastraram as empresas que tinham interesse em fazer ofertas de arroz importado ao governo federal.
Se as empresas não apresentarem uma garantia equivalente a 5% do valor ofertado até a próxima quinta-feira, elas serão multadas em 10% do valor da operação e banidas por dois anos dos leilões da Conab.
Além disso, as bolsas que as representam deverão ser punidas.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Caio Carvalho, diz que o setor se posicionou contra a proposta de compra de arroz importado.
Edegar Pretto, presidente da Conab, afirmou no dia do certame que o leilão havia sido politizado.
Esse fator também pode ter contribuído para esse cenário.
(Rádio Educadora/Com Inf. GZH)